O que é uma Igreja Avivada?

Quando ouvimos a palavra avivamento, quase sempre a associamos a manifestações extraordinárias: línguas estranhas, profecias, curas e dons espirituais. Mas a Bíblia nos ensina algo profundo e, muitas vezes, esquecido: uma igreja avivada não é necessariamente aquela que demonstra mais dons, mas sim aquela que vive mais próxima de Cristo em santidade, fidelidade e perseverança.

A igreja de Corinto é o exemplo claro disso. Ali havia abundância de dons espirituais, manifestações de poder e experiências marcantes. Porém, ao mesmo tempo, era uma comunidade mergulhada em carnalidade, divisões, escândalos e pecados (1Co 3:1-3). O problema não era a ausência do Espírito, mas a falta de maturidade espiritual. Isso nos mostra que dons não são sinônimo de avivamento. O verdadeiro sinal de uma igreja cheia do Espírito é quando Cristo é formado no caráter de seus membros.

No Apocalipse, vemos um contraste poderoso. Das sete igrejas às quais Jesus se dirige, apenas duas não recebem nenhuma repreensão: Esmirna e Filadélfia (Ap 2:8-11; 3:7-13).

  • Esmirna foi elogiada por sua coragem e fé em meio à perseguição. Mesmo diante da ameaça de prisão e morte, eles permaneceram firmes no Senhor.

  • Filadélfia, por sua vez, foi elogiada por sua perseverança, obediência e fidelidade ao nome de Cristo, mesmo tendo pouca força.

Perceba algo precioso: nenhuma dessas igrejas é lembrada por seus dons, mas sim pela sua fidelidade. O verdadeiro avivamento é quando a igreja, mesmo em fraqueza, se agarra ao nome de Jesus com amor, coragem e santidade.

O profeta Joel nos lembra que o avivamento é obra do próprio Deus. “E acontecerá, depois, que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne…” (Jl 2:28). Não marcamos o avivamento em nossa agenda, não o manipulamos com estratégias humanas. Ele vem do alto, como chuva serôdia, no tempo e no modo de Deus (Jl 2:23). O que nos cabe é clamar com coração quebrantado, buscar ao Senhor com jejum, choro e arrependimento (Jl 2:12-13).

Assim, uma igreja verdadeiramente avivada não é aquela que impressiona com dons, mas aquela que:

  • Ama a Cristo acima de tudo.

  • Permanece fiel em meio à perseguição.

  • Vive em santidade e obediência à Palavra.

  • Testemunha com coragem o Evangelho.

Avivamento não é barulho, mas profundidade. Não é espetáculo, mas transformação. Não é agitação, mas perseverança.

Que o Senhor levante em nossos dias igrejas como Esmirna e Filadélfia: firmes, perseverantes e cheias da presença de Cristo. Porque, no fim das contas, o verdadeiro avivamento não é o que fazemos, mas o que Deus opera em nós.


📖 “Aviva, ó Senhor, a tua obra no decorrer dos anos…” (Hc 3:2)

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