Arquivo para Tag: vida cristã

Culto: da Adoração ao Entretenimento

“O culto não é para o homem, mas para Deus; não começa na criatividade humana, mas na revelação divina.”

Vivemos dias de profunda crise litúrgica. O culto cristão, que deveria ser a mais pura expressão de reverência, comunhão e proclamação, está sendo lentamente corroído por tendências pragmáticas, estéticas e mercadológicas. O entretenimento, com suas luzes, sons e dinâmicas cênicas, tem ocupado o espaço da adoração. E como bem observou A. W. Tozer: “O que nos atrai, é o que nos convence; e o que nos convence, é o que nos conquista.”

Esse processo não é novo, mas tem ganhado força em nossos dias com a secularização da espiritualidade. O culto, que deveria ser regido pelas Escrituras, tem se tornado um produto moldado pelos gostos do público. Como evidenciado no artigo A Influência do Entretenimento dentro da Estrutura Litúrgica dos Cultos Cristãos (Salgado & Maximo, 2024), a lógica do espetáculo substituiu a lógica da reverência. O culto virou evento, e o púlpito virou palco.

TEXTO BASE: Levítico 10.1-3

“Nadabe e Abiú, filhos de Arão, tomaram cada um o seu incensário, e puseram neles fogo, e colocaram incenso sobre este, e trouxeram fogo estranho perante o Senhor, o que não lhes ordenara. Então saiu fogo de diante do Senhor e os consumiu; e morreram perante o Senhor. Disse Moisés a Arão: Isto é o que o Senhor falou, dizendo: Serei santificado naqueles que se chegam a mim, e serei glorificado diante de todo o povo. Arão, pois, calou-se.”

Este episódio dramático e solene nos apresenta uma das bases mais firmes para a doutrina conhecida como o Princípio Regulador do Culto. Segundo este princípio, somente aquilo que Deus expressamente ordenou em Sua Palavra deve ser praticado no culto público. Tudo o que Ele não ordenou deve ser excluído. Nadabe e Abiú pecaram não ao fazer algo que Deus proibira explicitamente, mas ao introduzirem no culto algo que Deus não havia ordenado. O resultado foi desastroso: foram consumidos pelo fogo divino.

“A igreja que entretém não é perseguida pelo mundo — ela é aplaudida por ele.”

A Centralidade do Culto na Vida da Igreja

Para os reformadores, o culto era a principal expressão da fé cristã. Lutero afirmava que a verdadeira igreja é aquela em que o evangelho é pregado e os sacramentos corretamente administrados. Calvino ia além, argumentando que o culto deveria ser inteiramente regulado pela Escritura, pois “Deus desaprova qualquer culto inventado pelo homem”. Calvino ainda afirmou:

“Uma vez que Deus não apenas nos prescreve o que devemos fazer, mas também nos ensina como devemos fazê-lo, é necessário que sigamos essa direção com reverência e obediência.” (João Calvino, Institutas, Livro 4, Capítulo 10).

O culto público não é mero encontro fraterno, tampouco um espaço de expressão artística ou entretenimento emocional. É, antes, o comparecimento do povo de Deus diante do seu Senhor, com temor e tremor, para adorá-lo em espírito e em verdade (Jo 4.23-24). A teologia reformada compreende o culto como uma resposta à iniciativa divina da redenção. É Deus quem chama, é Deus quem fala, é Deus quem edifica — e a nós cabe o papel de ouvintes obedientes e adoradores submissos.

“A Palavra preside o culto; a emoção responde, mas não dirige.”

O Princípio Regulador do Culto: Guardando a Pureza da Adoração

A Reforma Protestante do século XVI não foi apenas um movimento doutrinário, mas também uma revolução litúrgica. Um dos pilares dessa revolução foi o Princípio Regulador do Culto (PRC), que afirma que somente os elementos expressamente prescritos ou claramente inferidos nas Escrituras devem ser utilizados no culto público.

Esse princípio é diferente do Princípio Normativo do Culto, adotado pela Igreja Católica Romana e por algumas tradições protestantes, que permite tudo o que não é proibido pela Bíblia. O problema dessa abordagem é que ela abre espaço para inovações humanas, tradições inventadas, e práticas que, embora não condenadas diretamente, desviam o culto de sua finalidade bíblica e o tornam antropocêntrico.

O Princípio Regulador, por outro lado, reconhece que Deus é o único soberano sobre o culto. Como afirma a Confissão de Fé de Westminster (21.1):

“O modo aceitável de adorar o verdadeiro Deus é instituído por Ele mesmo e, de modo tão limitado por Sua própria vontade revelada, que não se deve adorar a Deus conforme as imaginações e invenções dos homens […], sob qualquer representação visível ou de qualquer outro modo não prescrito nas Escrituras.”

A aplicação prática desse princípio significa que os elementos do culto devem se restringir à leitura das Escrituras, pregação fiel da Palavra, oração, cânticos bíblicos, administração dos sacramentos, confissão de pecados e bênção. Tudo mais — encenações, coreografias, luzes, fumaça, “palhaços gospel”, apresentações dramatizadas — por mais bem-intencionado que pareça, não possui respaldo escriturístico e, portanto, não deve ocupar o espaço sagrado do culto.

“O Princípio Regulador protege o culto da corrupção humana e preserva a glória de Deus.”

A Deturpação do Culto: Da Igreja Romana ao Evangelicalismo Pós-moderno

Historicamente, um dos grandes desvios contra os quais os reformadores lutaram foi a deturpação do culto cristão promovida pela Igreja Católica Romana. Esta adicionou ao culto elementos como o latim litúrgico (incompreensível ao povo), os sacramentos como meios mecânicos de graça, a adoração aos santos, as imagens, as relíquias, as velas, os sinos, os incensos, e, sobretudo, a centralização da Eucaristia como sacrifício renovado — algo frontalmente contrário à suficiência do sacrifício de Cristo (Hb 10.10-14).

Ao se afastar da Escritura como única regra de fé e prática, o catolicismo fez do culto um espetáculo ritualista, carregado de misticismo e práticas extrabíblicas. Foi por isso que os reformadores clamaram por uma reforma no culto, restabelecendo a simplicidade, inteligibilidade e centralidade da Palavra.

Infelizmente, o que hoje se vê em muitos contextos evangélicos é um retrocesso para formas similares: liturgias cheias de apelos sensoriais, com destaque ao visível e ao emocional, empobrecendo a instrução doutrinária e substituindo a exposição bíblica por “pregações-show”. O perigo atual é ainda mais sutil, pois não se apresenta como heresia dogmática, mas como um apelo à “relevância cultural” e ao “acesso às novas gerações”.

“A forma do culto revela sua teologia. Se formos frívolos na liturgia, seremos fracos na doutrina.”

As Consequências de Mudar o Culto

Ao modificar a forma do culto para torná-lo mais atrativo, corremos sérios riscos:

  1. Descentralização de Deus – O culto passa a ser centrado nas emoções humanas e não na glória divina.
  2. Degradação doutrinária – O tempo de exposição bíblica é encurtado ou eliminado em favor de atividades “mais leves”.
  3. Infantilização espiritual – Crentes são alimentados com leite emocional, não com o alimento sólido da Palavra (Hb 5.12-14).
  4. Perda da reverência – A solenidade e o senso de santidade são substituídos por barulho e descontração.
  5. Sincretismo litúrgico – Elementos mundanos são inseridos no culto sob o pretexto de “alcance cultural”.

O culto que deveria formar o crente, transforma-se em algo que apenas o agrada. A igreja que deveria confrontar o mundo, começa a imitá-lo.

“Quem molda o culto para agradar o homem, deixará de edificar o povo e de glorificar a Deus.”

Perigos contemporâneos

Infelizmente, mesmo em igrejas evangélicas, há um retorno perigoso à criatividade humana no culto: shows, performances, coreografias, teatralizações, fumaça, luzes, líderes que mais se assemelham a apresentadores de TV do que ministros do evangelho. A música, em vez de ser veículo da verdade bíblica, torna-se entretenimento emocional. Há igrejas que justificam tais práticas com a frase: “Se for para atrair as pessoas, vale a pena” — um pensamento pragmático e antibíblico.

Devemos lembrar que o culto não é para agradar os homens, mas a Deus. O apóstolo Paulo escreveu: “Pois, busco eu agora o favor dos homens ou o de Deus? Ou procuro agradar aos homens? Se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo” (Gálatas 1.10).

A música de fundo na pregação

Uma das práticas modernas que deve ser cuidadosamente rejeitada é o uso de música de fundo durante a exposição da Palavra de Deus. A pregação deve ser suficiente em si mesma para comunicar com clareza a verdade do evangelho. O apóstolo Paulo escreve em Romanos 10.17: “A fé vem pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Cristo” — e não pela ambientação musical. A música emocionalmente manipuladora pode distrair, distorcer ou diminuir o poder simples e direto da Palavra proclamada.

A Escritura é poderosa porque é inspirada por Deus (2 Timóteo 3.16). Ela não precisa de “ajuda” sensorial para convencer ou converter. Essa prática de fundo musical pode transformar o momento da pregação em uma apresentação teatral, e não em uma proclamação de fé consciente.

A Palavra de Deus não precisa de trilha sonora, precisa de exposição fiel.

A arquitetura voltada para o consumismo

Outro grave perigo está na transformação dos espaços de culto em ambientes voltados ao consumo, espelhando-se na estética de shoppings e centros de entretenimento. Palcos, praças de alimentação, cafés temáticos e decorações extravagantes têm substituído a simplicidade reverente que sempre caracterizou a verdadeira casa de oração.

Essa mudança reflete uma teologia antropocêntrica: a igreja é moldada para agradar ao visitante, não para glorificar a Deus. O templo deixa de ser o lugar da Palavra e da oração (Marcos 11.17) e torna-se um espaço de performance e consumo. As pessoas vêm para “experimentar sensações”, não para “oferecer culto racional” (Romanos 12.1).

Quando a igreja parece um shopping, o culto vira um produto e os adoradores, consumidores.

Um Clamor Pastoral por Reforma

Diante desse cenário, é urgente que as igrejas voltem à simplicidade e fidelidade do culto reformado. O culto deve ser regulado, não pelo gosto da congregação, mas pela voz do Pastor supremo da Igreja: Cristo. O púlpito deve ser o trono da Palavra, e o culto, um altar de entrega e adoração.

Como pastor, clamo por um retorno à reverência, à centralidade das Escrituras, à exposição fiel da Palavra, à doutrina sólida nos hinos e à participação consciente e bíblica dos crentes. Que o culto público seja, como Paulo exorta, “tudo feito com decência e ordem” (1Co 14.40), pois “Deus não é Deus de confusão, mas de paz” (1Co 14.33).

“Se queremos um avivamento verdadeiro, devemos começar reformando o culto.”

Conclusão

A forma como cultuamos revela quem cremos que Deus é. Se o culto for casual, frívolo e centrado no homem, o nosso conceito de Deus estará distorcido. Mas se o culto for reverente, bíblico e centrado em Cristo, mostraremos ao mundo que o nosso Deus é Santo, Justo e digno de toda adoração.

Voltemos ao altar. Saiamos do palco. Voltemos à Palavra. Saiamos das invenções. Voltemos ao Cristo glorificado. Saiamos da banalização. E então, nossos cultos serão, de fato, agradáveis ao Senhor e edificantes ao seu povo.

toto slot

slot gacor

A morte de Charles James Kirk e o clamor contra o extremismo

A morte de Charles James Kirk não é apenas um acontecimento isolado, mas um espelho que reflete a doença espiritual e moral de nosso tempo. O extremismo, em suas diversas formas, tem sido combustível para ódio, violência e desumanização. Ele transforma adversários em inimigos, opiniões diferentes em guerras pessoais, e pessoas — criadas à imagem de Deus — em meros alvos a serem eliminados.

É possível — e até necessário — sermos adversários no campo das ideias. O debate saudável e construtivo é parte essencial de qualquer sociedade livre. Mas quando se ultrapassa a linha da civilidade e da ética, quando a discordância intelectual dá lugar ao desejo de morte, revela-se um coração dominado pelo ódio e não pelo amor. Como disse o apóstolo João: “Quem odeia seu irmão já é homicida” (1 João 3:15).

Triste exemplo disso foi ver artistas brasileiros e personalidades públicas celebrarem a morte de Charles James Kirk. O que há de glorioso na morte de alguém? Onde está a humanidade em rir, debochar ou festejar a tragédia alheia? Isso não é liberdade de expressão — é a falência moral de uma sociedade que perdeu a noção do sagrado da vida. A alegria pela morte de um ser humano denuncia o quanto estamos desumanizados e revela a necessidade urgente que temos de Cristo, Aquele que disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (João 14:6).

Aos cristãos, fica o chamado: abandonem a ideologia como guia da vida. Não é a direita nem a esquerda, nem qualquer bandeira política que nos define, mas a cruz de Cristo. Nossas convicções devem brotar não de slogans partidários, mas das páginas das Sagradas Escrituras. Só nelas encontramos luz para discernir, sabedoria para decidir e graça para amar até mesmo quem discorda de nós. Como disse o apóstolo Paulo: “Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente” (Romanos 12:2).

O extremismo é incapaz de construir uma sociedade justa, pois se alimenta da destruição do outro. O Evangelho, por sua vez, nos chama a amar até mesmo os inimigos, a orar pelos que nos perseguem e a proclamar que a vida é dom divino, jamais motivo de escárnio.

Diante disso, como pastor e como cristão, expresso minhas mais sinceras condolências à família de Charles James Kirk. Que o Deus de toda consolação (2 Coríntios 1:3-4) seja o refúgio em meio à dor, e que esta tragédia desperte em todos nós a consciência de que o mundo não precisa de mais ódio, mas de mais Cristo.

slot resmi

slot gacor hari ini

situs slot gacor

link gacor hari ini

situs gacor

slot gacor hari ini

toto slot

slot gacor

Fé para além das paredes da igreja

1. Introdução

Muitos ainda pensam que a fé é um assunto privado, algo que se encerra no coração ou nas quatro paredes da igreja. Mas a Bíblia nos desafia a olhar para a fé de maneira muito mais ampla. O evangelho nos revela que Cristo não é apenas o Senhor das nossas orações ou dos cultos dominicais, Ele é Senhor sobre toda a criação — sobre nossas famílias, nossas profissões, nossas cidades, nossas universidades e até mesmo nossas decisões políticas. A fé não é uma gaveta da vida, mas a lente através da qual enxergamos tudo.

2. A soberania de Cristo

A Palavra de Deus declara com clareza:

“Pois nele foram criadas todas as coisas, nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis… tudo foi criado por meio dele e para ele” (Cl 1:16).

Não há espaço neutro. Cada aspecto da vida, do mais íntimo ao mais público, está sob o Senhorio de Jesus. Reconhecer a soberania de Cristo significa compreender que não existe esfera da vida humana que escape à Sua autoridade — nem a ciência, nem a política, nem a cultura, nem as artes. Essa perspectiva é fundamental para o cristão reformado, pois nos lembra que a vida inteira deve ser vivida sob a direção de Deus.

3. Graça e testemunho cristão

Mesmo em um mundo marcado pelo pecado, Deus concede a chamada graça preveniente, permitindo avanços, descobertas e manifestações de beleza que apontam para Ele. Cada talento, cada oportunidade, cada insight é um lembrete da bondade de Deus. Mas não basta apenas usufruir desses dons — o cristão é chamado a viver como testemunha, lembrando que “todo dom perfeito vem do Pai” (Tg 1:17). Ser testemunha é viver a fé em ação, mostrando aos outros que há uma Fonte superior guiando cada aspecto da vida.

4. Sal e luz em todas as esferas

Quando Jesus nos chama de “sal da terra” e “luz do mundo” (Mt 5:13-14), Ele nos convida a uma fé que se manifesta de maneira prática e visível. Ser sal é preservar e dar sabor; ser luz é iluminar e guiar. A fé não deve ficar escondida nos momentos de culto ou nas reuniões da igreja. Ela precisa penetrar cada esfera da vida: na família, no trabalho, na universidade, na política, nas artes e na cultura. Ser cristão não é se retirar do mundo, mas viver nele de maneira que todos percebam que Cristo reina.

5. O equilíbrio necessário

O evangelho nos protege de dois extremos perigosos:

  1. O secularismo, que tenta expulsar Deus da vida pública e separar a fé do dia a dia.

  2. O religiosismo, que tenta impor a igreja como detentora de todas as decisões e áreas da vida.

A visão bíblica é equilibrada: cada esfera tem sua função e autonomia, mas todas devem reconhecer Cristo como Senhor. Essa visão não é apenas prática; ela é profundamente teológica, pois reflete a compreensão reformada da ordem criada por Deus, onde Sua glória deve permear todos os aspectos da existência humana.

6. Conclusão

A fé não é apenas um abrigo espiritual, mas uma lente para enxergar e transformar o mundo. Viver para Cristo significa honrá-lo no lar, na empresa, na escola, na política, na cultura e até mesmo nas pequenas decisões do cotidiano. A vida cristã não termina no “amém” do domingo; ela se estende em cada detalhe da segunda-feira, lembrando que cada ação pode glorificar a Deus.

“Quer comais, quer bebais, ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus” (1Co 10:31).

Soli Deo gloria

slot resmi

slot gacor hari ini

situs slot gacor

link gacor hari ini

situs gacor

slot gacor hari ini

toto slot

slot gacor

O que é uma Igreja Avivada?

Quando ouvimos a palavra avivamento, quase sempre a associamos a manifestações extraordinárias: línguas estranhas, profecias, curas e dons espirituais. Mas a Bíblia nos ensina algo profundo e, muitas vezes, esquecido: uma igreja avivada não é necessariamente aquela que demonstra mais dons, mas sim aquela que vive mais próxima de Cristo em santidade, fidelidade e perseverança.

A igreja de Corinto é o exemplo claro disso. Ali havia abundância de dons espirituais, manifestações de poder e experiências marcantes. Porém, ao mesmo tempo, era uma comunidade mergulhada em carnalidade, divisões, escândalos e pecados (1Co 3:1-3). O problema não era a ausência do Espírito, mas a falta de maturidade espiritual. Isso nos mostra que dons não são sinônimo de avivamento. O verdadeiro sinal de uma igreja cheia do Espírito é quando Cristo é formado no caráter de seus membros.

No Apocalipse, vemos um contraste poderoso. Das sete igrejas às quais Jesus se dirige, apenas duas não recebem nenhuma repreensão: Esmirna e Filadélfia (Ap 2:8-11; 3:7-13).

  • Esmirna foi elogiada por sua coragem e fé em meio à perseguição. Mesmo diante da ameaça de prisão e morte, eles permaneceram firmes no Senhor.

  • Filadélfia, por sua vez, foi elogiada por sua perseverança, obediência e fidelidade ao nome de Cristo, mesmo tendo pouca força.

Perceba algo precioso: nenhuma dessas igrejas é lembrada por seus dons, mas sim pela sua fidelidade. O verdadeiro avivamento é quando a igreja, mesmo em fraqueza, se agarra ao nome de Jesus com amor, coragem e santidade.

O profeta Joel nos lembra que o avivamento é obra do próprio Deus. “E acontecerá, depois, que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne…” (Jl 2:28). Não marcamos o avivamento em nossa agenda, não o manipulamos com estratégias humanas. Ele vem do alto, como chuva serôdia, no tempo e no modo de Deus (Jl 2:23). O que nos cabe é clamar com coração quebrantado, buscar ao Senhor com jejum, choro e arrependimento (Jl 2:12-13).

Assim, uma igreja verdadeiramente avivada não é aquela que impressiona com dons, mas aquela que:

  • Ama a Cristo acima de tudo.

  • Permanece fiel em meio à perseguição.

  • Vive em santidade e obediência à Palavra.

  • Testemunha com coragem o Evangelho.

Avivamento não é barulho, mas profundidade. Não é espetáculo, mas transformação. Não é agitação, mas perseverança.

Que o Senhor levante em nossos dias igrejas como Esmirna e Filadélfia: firmes, perseverantes e cheias da presença de Cristo. Porque, no fim das contas, o verdadeiro avivamento não é o que fazemos, mas o que Deus opera em nós.


📖 “Aviva, ó Senhor, a tua obra no decorrer dos anos…” (Hc 3:2)

slot resmi

slot gacor hari ini

situs slot gacor

link gacor hari ini

situs gacor

slot gacor hari ini

O valor do conhecimento

Quando Paulo chama a sabedoria do mundo de loucura diante de Deus (1Co 3:19), e quando ele em outro lugar nos adverte contra a filosofia (Cl 2:8), ele tem em mente a falsa e inútil suposta sabedoria que não reconhece a sabedoria de Deus em sua revelação geral e em sua revelação especial (1Co 1:21) e que se tornou nula em seus próprios raciocínios (Rm 1:21).

Mas no restante, Paulo e as Sagradas Escrituras, em sua totalidade, colocam o conhecimento e a sabedoria em um plano de grande importância. E não poderia ser de outra forma, pois a Bíblia afirma que Deus é sábio, que Ele tem conhecimento perfeito de Si mesmo e de todas as coisas, que pela Sua sabedoria Ele estabeleceu o mundo, que Ele manifesta Sua multiforme sabedoria à Igreja, que em Cristo estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento, e que o Espírito é o Espírito da sabedoria e do conhecimento, que perscruta até mesmo as profundezas de Deus (Pv 3:19; Rm 11:33; 1Co 2:10; Ef 3:10; Cl 2:3). Um livro do qual procedem mensagens como essas não pode subestimar o conhecimento nem pode desprezar a filosofia. Pelo contrário, nele aprendemos que a sabedoria é mais preciosa do que as pérolas, e tudo o que podemos desejar não pode ser comparado a ela (Pv 3:15); ela é um dom daquele que é o Deus do conhecimento (Pv 2:16; 1Sm 2:3).

O que a Escritura exige é um conhecimento cuja origem seja o temor do Senhor (Pv 1:7). Quando essa conexão com o temor do Senhor é rompida, o nome de conhecimento é mantido, embora sob falsas pretensões, mas ele vai se degenerando gradualmente até se transformar em uma sabedoria mundana, que é loucura diante de Deus. Qualquer ciência, filosofia ou conhecimento que pense poder se manter sobre suas próprias pressuposições e que pode tirar Deus de consideração, transforma-se em seu próprio oposto, e qualquer pessoa que construa suas expectativas sobre isso ficará desiludida.

Isso é fácil de ser entendido. Em primeiro lugar, a ciência e a filosofia sempre possuem um caráter especial e podem tornar-se acessíveis a poucas pessoas. Essas pessoas privilegiadas, que podem dedicar toda a sua vida à disciplina do aprendizado, podem conhecer apenas uma pequena parte do todo, permanecendo, assim, estranhos ao restante. Qualquer que seja a satisfação que o conhecimento possa dar, todavia, ele nunca poderá, devido ao seu caráter especial e limitado, satisfazer as necessidades profundas que foram plantadas na natureza humana na criação, e que estão presentes em todas as pessoas.

Em segundo lugar, a filosofia, que depois de um período de decadência entra em período de fortalecimento, sempre cria uma expectativa extraordinária e exagerada. Nessas épocas ela vive a esperança de que através de uma séria investigação ela resolverá o enigma do mundo. Mas sempre depois dessa fervente expectativa chega a velha desilusão. Em vez de diminuir, os problemas aumentam com os estudos. O que parece estar resolvido vem a ser um novo mistério, e o fim de todo o conhecimento é então novamente a triste e às vezes desesperadora confissão de que o homem caminha sobre a terra em meio a enigmas, e que a vida e o destino são um mistério.

Em terceiro lugar, é bom lembrar que tanto a filosofia quanto a ciência, mesmo que pudessem chegar muito mais longe do que chegam agora, ainda assim não poderiam satisfazer o coração do homem, pois o conhecimento sem a virtude, sem a base moral, torna-se um instrumento nas mãos do pecado para conceber e executar grandes males, e assim a cabeça que está cheia de conhecimento passa a trabalhar para um coração depravado. Neste sentido o apóstolo escreve: Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; e ainda que eu tenha tamanha fé a ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei (1Co 13:2).

Hermann Bavinck

In: Teologia Sistemática

Não se apavore com o que está acontecendo!

Nuvens negras pintam no horizonte. Parece que o mundo caminha para uma trilha sem volta. A idéia de reversão para um mundo moralmente sadio, economicamente perfeito, sem violência, sem injustiça, e coisas semelhantes a essas, está cada vez mais distante. Então, a tendência de nossa fraqueza é ficarmos desesperados e nos tornarmos cheios de ansiedade e angústia.

Todavia, a grande verdade que temos de aprender é a de que Deus está no controle de toda história. Nada acontece sem que seja o cumprimento dos seus decretos. Ele escreveu a história do começo ao fim. Ele tem todos os elementos para conduzir a história exatamente para o fim que ele determinou. Nosso soberano Senhor está no leme e tem o barco inteiro nas suas mãos e ele não afundará. Ele é o Senhor que cuida dos seus filhos e toma conta de todas as suas necessidades.

Quando alguns de seus filhos ficam preocupados com a situação que os rodeia, então ele lhes dirige a palavra dizendo: “Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo, vosso Pai celeste as sustenta. Porventura, não valeis vós muito mais do que as aves?” (Mt 6.26). Se Deus alimenta os pardais e veste os lírios do campo, certamente ele terá cuidado daqueles a quem ele ama especialmente. Por essa razão, não podemos ficar preocupados nem Ter medo da crise política, econômica e financeira pela qual já vimos passando há anos em nosso país. Mesmo que a nuvens se pintem negras, não temos o direito de andar ansiosos, pois Deus está no controle de todas as coisas.

De modo semelhante ele disse: “Não se vendem dois pardais por um asse? E nenhum deles cairá em terra sem o consentimento de vosso Pai. E quanto a vós outros, até os cabelos todos da cabeça estão contados. Não temais, pois! Bem mais valeis vós do que muitos pardais.” (Mt 10.29-31)

Você e eu precisamos aprender a repousar mesmo quando estamos viajando em águas profundas e tempestuosas. Fazer como Jesus fazia. Enquanto os discípulos estavam apavorados pelas ondas do mar, Jesus repousava tranqüilo na popa do barco. Essa é uma atitude a ser aprendida por todos nós. Em alguns momentos de sua vida, Davi aprendeu a fazer dessa maneira. Era um general, um homem com muitos problemas e sujeito a muitas tempestades. Todavia, porque ele aprendeu a conhecer o governo providencial de Deus, ele soube nos ensinar esta verdade, dizendo de sua própria experiência: “Em paz me deito e logo pego no sono, porque, Senhor, só tu me fazes repousar em segurança” (Sl 4.8).

Quando aprendemos a confiar no governo providencial de Deus, então aprendemos a repousar; quando temos confiança de que Deus é o Senhor da história, então aprendemos que podemos descansar seguros porque o Senhor não dorme, nem dormita o guarda de Israel (Sl 121). Enquanto dormimos, ele vigia por nós. Aliás, dormimos somente quando entendemos que ele tem cuidado de nós! Quem não confia no governo providencial de Deus não aprende nunca a descansar no Senhor e a esperar nele!

Heber Carlos de Campos
In: A providência e sua realização histórica

kampungbet

kampungbet

Paternidade bíblica

Vivemos uma época em que os valores bíblicos são cada vez mais desafiados e distorcidos. O que antes era considerado bom agora é visto como mau, a luz é confundida com trevas, e conceitos fundamentais, especialmente os relacionados à família e à paternidade, estão sendo desconstruídos de forma alarmante. Este cenário nos leva a refletir sobre a urgência de reafirmar os princípios bíblicos em um mundo que constantemente os rejeita.

O movimento feminista moderno, por exemplo, levanta críticas severas ao patriarcado, frequentemente apontando o cristianismo como um dos pilares dessa estrutura que consideram opressora. Em muitos círculos, a visão bíblica de Deus como Pai é vista como arcaica e precisa ser desconstruída. No entanto, essa perspectiva ignora o verdadeiro significado do patriarcado nas Escrituras. Longe de ser uma forma de opressão, o patriarcado bíblico é um sistema onde o homem, como marido e pai, é chamado a cuidar, prover e proteger sua família, refletindo o amor e a provisão de Deus.

Ao rejeitar essa visão, o feminismo moderno muitas vezes promove um ódio contra a estrutura patriarcal sem entender seu propósito original. Essa ideologia, ao invés de buscar a verdadeira igualdade, acaba por criar uma competição entre os gêneros que desvirtua a harmonia que Deus projetou para homens e mulheres. O empoderamento feminino, que deveria ser uma celebração da dignidade e do valor inerente das mulheres, frequentemente se traduz em uma negação da feminilidade e em uma rejeição dos papéis complementares que Deus designou.

Além disso, a ausência paterna tem se tornado um problema cada vez mais comum. Com a crescente ênfase na autonomia feminina, muitos homens têm se afastado de seus papéis de liderança espiritual e moral dentro da família. Isso resulta em lares onde a figura paterna é desvalorizada ou mesmo ausente, deixando um vácuo que afeta profundamente a estrutura familiar.

Outro fator preocupante é a crescente intervenção do Estado na educação e na vida familiar. Historicamente, a responsabilidade de educar e guiar os filhos sempre pertenceu à família, com a escola e a igreja desempenhando papéis complementares. No entanto, hoje vemos uma tendência crescente de o Estado tentar assumir esse papel, promovendo ideologias que muitas vezes se opõem aos valores cristãos. Essa intervenção não é acidental, mas parte de uma agenda mais ampla que visa desconstruir a família tradicional e os valores judaico-cristãos que sustentam a sociedade ocidental.

O marxismo cultural, por sua vez, tem desempenhado um papel significativo nessa desconstrução. Ao relativizar princípios absolutos e promover ideologias como a ideologia de gênero, o feminismo radical e o politicamente correto, esse movimento visa desestabilizar a família, corroendo os valores que a mantêm unida. Karl Marx e Friedrich Engels, em suas obras, defenderam a abolição da família como uma estrutura opressora, e vemos hoje essa visão sendo colocada em prática de maneiras sutis, mas eficazes.

Diante de tudo isso, é essencial que os cristãos voltem à Palavra de Deus como sua referência principal. A Bíblia é clara ao ensinar que a responsabilidade de liderar e educar os filhos recai sobre os pais, e que essa liderança deve ser exercida com amor, sacrifício e respeito. A inversão desses papéis, promovida por ideologias modernas, tem causado confusão e disfunção em muitas famílias.

Precisamos lembrar que os princípios bíblicos não são apenas valores antigos que podem ser descartados ou adaptados conforme a conveniência cultural. Eles são fundamentos eternos, dados por Deus para o bem da humanidade. Em tempos de tanta incerteza e mudança, é mais importante do que nunca que os cristãos se mantenham firmes na fé, resistindo às pressões culturais e reafirmando o papel vital que a família desempenha no plano de Deus.

A Epidemia Silenciosa do Abandono Paterno

Vivemos em uma era onde o trabalho é altamente valorizado, mas, por vezes, essa dedicação excessiva ao trabalho pode gerar sérias consequências para as famílias. Um estudo realizado em 1999 revelou que divórcios são duas vezes mais comuns em casais onde um dos parceiros é considerado “workaholic”. Além disso, os filhos de pessoas viciadas em trabalho tendem a sofrer níveis maiores de depressão e ansiedade, até mais do que os filhos de alcoólatras. Isso demonstra que o excesso de trabalho pode ser tão prejudicial quanto vícios mais conhecidos.

No contexto familiar, o impacto de um pai ou mãe ausente pode ser devastador, mesmo que fisicamente presente em casa. Atualmente, não é necessário sair de casa para se ausentar dos filhos; muitos pais permanecem no lar, mas estão emocionalmente distantes. Essa ausência emocional gera filhos que, embora tenham pais vivos, crescem como órfãos. A desculpa mais comum é a falta de tempo, motivada pela necessidade de trabalhar para prover para a família. No entanto, o que muitas vezes ocorre é uma troca equivocada: a presença, o amor e os conselhos são substituídos por bens materiais, perpetuando um ciclo de trabalho compulsivo.

A presença paterna é tão crucial que o próprio Deus não permitiu que José, o pai terreno de Jesus, abandonasse Maria e o Filho que ela carregava. A Bíblia nos conta que José, ao considerar deixar Maria, foi instruído por um anjo a permanecer ao lado dela, reconhecendo que a criança em seu ventre era obra do Espírito Santo (Mt 1.20). José foi um pai presente e protetor, levando Jesus ao Egito para protegê-lo de Herodes e, depois, de volta a Nazaré, demonstrando a importância da presença paterna na vida do Filho de Deus.

Se até Jesus teve um pai presente, o que dizer de nós? A ausência paterna é uma epidemia silenciosa que tem destruído famílias dentro e fora das igrejas. Muitas crianças sentem a ausência de seus pais, e as consequências desse abandono são profundas. Especialistas em comportamento infantil identificam que a falta de uma figura paterna presente afeta as crianças desde cedo, resultando em baixo desempenho escolar, instabilidade emocional, baixa autoestima e comportamentos agressivos.

Pais que não cumprem seu papel e se ausentam de suas responsabilidades dentro do lar, transferindo a tarefa de educar, corrigir e amar seus filhos, contribuem para o desenvolvimento de traumas emocionais que podem durar uma vida inteira. Como igreja, precisamos estar atentos a essa realidade, incentivando pais a priorizarem sua presença e envolvimento na vida de seus filhos, seguindo o exemplo de José, que esteve ao lado de Jesus em todos os momentos cruciais de sua vida.

A paternidade bíblica

Segundo as Escrituras, a função dos pais e principalmente do PAI, vai muito mais além que ser o provedor das necessidades dos filhos, vai além de ser o super-herói, vai além da proteção, embora tudo isso seja função do pai, diante de Deus proteger e cuidar dos filhos não a função primordial.

Efésios 6:1-4

Filhos, obedeçam a seus pais no Senhor, pois isso é justo. “Honra teu pai e tua mãe”, este é o primeiro mandamento com promessa: “para que tudo te corra bem e tenhas longa vida sobre a terra”. Pais, não irritem seus filhos; antes criem-nos segundo a instrução e o conselho do Senhor.

O contexto que Paulo fala aqui da relação entre pais e filhos, indica que se trata de filhos pequenos, algo como crianças ou no máximo adolescentes, e traz importantes lições:

Em primeiro lugar: Os filhos devem obedecer aos pais (pai e mãe), ou seja, os pais têm autoridade sobre os filhos. Paulo entende que a relação entre pais e filhos é uma relação também espiritual, conforme ele mesmo ensina a partir de 5:18, e que, portanto, deve existir autoridade e submissão, exercer autoridade ou submetermos, é uma demonstração de que somos cheios do Espírito Santo.

Se os filhos devem obedecer aos pais, isso significa que os pais devem exercer autoridade sobre os filhos. Por tanto, ao educar os filhos, os pais não podem igualar-se aos filhos no sentido hierárquico, os pais não podem agir na educação dos filhos como “amigos”, que não tem autoridade sobre suas vidas, mas como pais, com autoridade de corrigir (com amor) quando necessário.

Os pais precisam transmitir valores de obediência aos filhos, isso acontece quando os pais ensinam que:

  • As ordens ou pedidos devem ser obedecidos;
  • Devem ser obedecidas de imediato;
  • Obedecer de forma respeitosa.

Fuja do modelo de pai que o mundo criou, o PAI AMIGO sem autoridade, essa não é a função bíblica do pai, pois antes de ser amigo (embora essa também seja a função do pai), precisa ser o pai educador e discipulador, aquele que ensina a criança o caminho que ela deve andar, o amigo não ensina, apenas acompanha, o pai ensina, encoraja, acompanha e corrige, e só se faz isso com autoridade.

O pai deve ser o grande companheiro de aventura, mas na condição sempre de autoridade.

Tudo isso porque a criação de filhos não é apenas sobre comportamento, mas principalmente sobre o coração, não é apenas levar o filha à igreja, mas ensinar quem é Jesus Cristo. A preocupação dos pais deve ser o coração do filho, a Palavra de Deus nos diz:

  • Acima de tudo, guarde o seu coração, pois dele depende toda a sua vida. (Pv 4:23);
  • O coração é mais enganoso que qualquer outra coisa e sua doença é incurável. (Jr 17:9);
  • Pois do interior do coração dos homens vêm os maus pensamentos… (Mc 7:21).

Se você não alcançar o coração do seu filho (pequeno), você fracassou como pai ou mãe. Toda a educação dos filhos deve ser direcionada ao coração.

Em segundo lugar: Os filhos aprendem a honrar os pais observando os próprios pais.

Há um texto atribuído a William Shakespeare que diz:

Há muito mais dos nossos pais em nós do que podemos imaginar…

Não sei se o texto é realmente de Shakespeare, mas está correto. Os filhos precisam do exemplo, os filhos precisam observar os pais orando, lendo a bíblia, obedecendo à Palavra de Deus, se submetendo ao Senhor, indo com alegria à igreja, visitando os pais (os avós da criança) e cuidando deles.

Muitos dos pensamentos e atitudes dos nossos filhos são repetições aprendidas conosco. Seja o exemplo para seu filho.

Em terceiro lugar: No versículo 1 Paulo se refere aos pais (pai e mãe) mas no versículo 4 ele se volta ao pai somente.

Pais, não irritem seus filhos; antes criem-nos segundo a instrução e o conselho do Senhor

A responsabilidade de provisão da família está sobre o homem. Aqui Paulo diz o que fazer e o que não fazer na educação dos filhos.

O que não fazer: Não irretem seus filhos

Não use de sua autoridade para ser opressor, carrasco, legalista, autoritário. Essas atitudes levam ira ao coração dos filhos. Concordo com João Calvino que disse em seu comentário sobre o livro de Efésios:

Tal atitude excitaria o ódio e os levaria a lançar de si o jugo [paterno] de uma vez para sempre. Conseqüentemente, em Colossenses [3.21] ele adiciona: “para que não fiquem desanimados.” O tratamento bondoso e liberal conserva a reverência dos filhos para com seus pais, e aumenta a prontidão e a alegria de sua obediência; enquanto que uma severidade austera e inclemente suscita sua obstinação e destrói seu senso de dever.

O que fazer: criem-nos segundo a instrução e o conselho do Senhor

Não podemos abandonar a disciplina, mas exercer a disciplina do Senhor, ensinado e o que Deus ensina e tratando nossos filhos como Deus nos trata.

Soli Deo gloria


Esse artigo foi baseado no livro Paternidade em Crise do Pastor Renato Vargens.
Link da Amazon para adquirir o livro, clique aqui!

slot gacor hari ini

slot gacor

kampungbet

kampungbet

Em defesa do cristianismo

Nas últimas décadas, tem se tornado comum no mundo ocidental “malhar” o cristianismo. Intelectuais, acadêmicos, escritores e articulistas de renome costumam se referir à fé cristã de forma desairosa e depreciativa. Infelizmente, com freqüência muitos críticos estão dentro das fileiras do próprio cristianismo. É considerado politicamente incorreto falar mal de outras religiões, como o islamismo, o budismo e o hinduísmo, que estão muito em voga na Europa e nas Américas, mas não se vê nenhum problema em condenar o movimento cristão. Alguns pensadores ateus, autores de livros campeões de vendas, têm defendido explicitamente a extinção pura e simples do cristianismo. Segundo afirmam, seria desejável que todas as religiões deixassem de existir, mas na realidade eles têm em mente antes de tudo a fé cristã, a tradição religiosa predominante no Ocidente.

Além de preconceituosa, essa atitude é profundamente injusta do ponto de vista histórico. Os próprios cristãos reconhecem que sua trajetória ao longo dos séculos não está isenta de dolorosos problemas. As cruzadas, o anti-semitismo, a Inquisição, as guerras religiosas e a escravidão nas Américas são manchas tristes na experiência da igreja, falhas que os cristãos conscienciosos lamentam profundamente. É preciso lembrar esses fatos continuamente para que eles não voltem a se repetir. Todavia, as contribuições e os benefícios que o cristianismo legou ao mundo são muito mais marcantes e numerosos que os seus erros, como o estudo desapaixonado da história demonstra de maneira conclusiva. Alguns desses benefícios não foram generalizados nem contínuos, tendo ocorrido mais em algumas épocas e lugares do que em outras.

A influência histórica
O cristianismo é a principal tradição cultural do mundo ocidental, o mais importante fator na formação histórica da Europa e das Américas. Assim sendo, a influência cristã permeia todos os aspectos da vida desses continentes e suas nações. Caso prevalecesse a tese dos autores que defendem a extinção do cristianismo, por uma questão de coerência vastas mudanças teriam de ser feitas na vida social desses povos. Por exemplo, o calendário teria de ser trocado por outro — a semana de sete dias, os termos “sábado” e “domingo” (“dia do Senhor”) e a contagem dos anos (como 2008) não mais fariam sentido, porque todos têm origem cristã ou judaico-cristã. Algumas das celebrações e festividades mais apreciadas pelas pessoas (Natal, Páscoa, Dia de Ação de Graças) teriam de ser eliminadas. Milhões de pessoas teriam de mudar seus nomes de origem cristã, inclusive muitos ateus. O mesmo aconteceria com um imenso número de designações de cidades, logradouros e pontos geográficos. Os idiomas, a música, o folclore, as tradições e outros elementos seriam profundamente afetados.

Mas existem questões mais importantes. Olhando-se para a história antiga e recente, percebe-se o enorme impacto humanizador e civilizador do cristianismo. Desde o início da era cristã, houve uma grande preocupação com a dignidade da vida humana, que se traduziu no combate a práticas degradantes como o aborto, o infanticídio e as lutas de gladiadores. O cristianismo valorizou a criança, a mulher, o idoso, o casamento e a vida familiar. Embora no início os cristãos tenham mantido a escravidão que existia no Império Romano, a fé cristã continha valores que levaram à gradual extinção desse mal. Tem sido imenso, ao longo do tempo, o esforço dos cristãos em socorrer os pobres, doentes e desamparados de toda espécie, através de um sem-número de iniciativas e instituições humanitárias. Até hoje, tanto em tribos indígenas e populações carentes como entre povos adiantados, a contribuição cristã nessas áreas se faz notar de modo saliente.

O legado cultural
Sem desprezar as magníficas contribuições das antigas civilizações grega e romana, foi principalmente o cristianismo que moldou a vida dos povos ocidentais como os conhecemos hoje, além de exercer grande influência positiva na África e na Ásia. À medida que a fé cristã se expandia, ela elevou o padrão de vida dos povos que deram origem às nações européias. A contribuição cristã na área da educação tem sido das mais destacadas. Durante séculos, as únicas escolas que existiam estavam ligadas à igreja. Muitos povos, ao serem evangelizados, receberam simultaneamente a escrita e a alfabetização, como ocorreu entre os eslavos, na Europa oriental, e em muitas nações africanas. A Bíblia, traduzida para as línguas desses povos, se tornou importante nesse processo. As primeiras universidades (Paris, Bolonha, Oxford) e muitas outras surgidas mais tarde (Harvard, Yale, Princeton etc.) foram criadas por cristãos.

O cristianismo deu uma contribuição inigualável em outras áreas significativas, notadamente em séculos recentes. Alguns exemplos no âmbito político são o governo representativo, a separação dos poderes, a expansão da democracia e a ampliação dos direitos e liberdades civis. As convicções cristãs permitiram a ascensão econômica do homem comum, gerando prosperidade para famílias e povos. Outra área de atuação foi a ciência, não só pelo fato de que a maior parte dos cientistas ao longo da história têm sido cristãos, mas de que o cristianismo, com sua visão de um mundo ordenado e sujeito a leis fixas, porque criado por Deus, possibilitou o próprio surgimento da ciência. E que dizer das contribuições nos campos da literatura e da arte? Se não fosse o cristianismo, não teríamos obras como as “Confissões”, de Agostinho, a “Divina Comédia”, de Dante, o “Paraíso Perdido”, de Milton, e tantas outras. Não contemplaríamos as magníficas catedrais góticas, a Capela Sistina, bem como as esculturas e pinturas de Michelangelo, Leonardo da Vinci, Rembrandt e outros mais. Não poderíamos ouvir “O Messias” de Haendel nem as inspiradoras composições de Johann Sebastian Bach.

Valores religiosos e éticos
Os legados mais valiosos do cristianismo ao mundo são a vida e os ensinos de seu fundador, registrados no Livro dos Livros. Jesus Cristo, o carpinteiro de Nazaré que os cristãos consideram o próprio Filho de Deus encarnado, proferiu algumas das palavras mais belas, sublimes e cativantes que se conhecem na história humana. Ele falou das coisas transcendentes e eternas de modo simples e acessível a qualquer indivíduo. Os valores que ensinou, como o amor, a compaixão, o altruísmo, a integridade, a veracidade e a justiça, têm trazido benefícios incalculáveis ao mundo. Todavia, ele não se limitou às palavras e conceitos, mas exemplificou em suas ações as verdades que buscava transmitir. Por fim, deu sua vida na cruz para cumprir cabalmente a missão de que estava incumbido. Desde então, seu ensino e exemplo têm inspirado e transformado milhões de pessoas em todos os recantos do mundo, além de ter induzido mudanças radicais nos mais diferentes aspectos da sociedade.

Sem Cristo e seu grandioso legado, o mundo certamente seria um lugar muito mais sombrio, triste e desesperançado. Essa é a tese de D. James Kennedy em seu livro “E se Jesus não Tivesse Nascido?” (Editora Vida, 2003). Não se pode negar que muitos não-cristãos têm dado contribuições relevantes à sociedade. Os cristãos não têm dificuldade com isso, porque entendem que Deus atua em toda a criação e que sua imagem, ainda que desfigurada, está presente em todos os seres humanos. Todavia, as alternativas de um mundo sem fé e sem cristianismo podem se tornar aterrorizantes. Basta lembrar que os homens mais cruéis, desumanos e sanguinários do século 20 — indivíduos como Josef Stálin, Adolf Hitler, Mao Tsé Tung e Pol Pot — além de não serem cristãos, eram inimigos do cristianismo. Mesmo sem apelar para casos extremos como esses, está claro que o crescente secularismo que avassala o mundo, com sua relativização do significado e da importância da vida, representa uma grande ameaça para o futuro da humanidade.

Conclusão
Depois de afirmar todas essas realidades em defesa do cristianismo, destacando os elementos construtivos de sua herança milenar, é preciso acrescentar que os cristãos não têm motivos para se entregar ao ufanismo triunfalista. O cenário cristão contemporâneo tem dificuldades que deveriam produzir em seus fiéis um forte senso de humildade e contrição. As rivalidades, incoerências, mediocridades, extremismos e outras distorções existentes em muitas igrejas e grupos cristãos são amiúde as causas da atitude beligerante mencionada no início deste artigo. Daí a necessidade de se fazer uma distinção entre as estruturas de poder, as instituições humanas, a religiosidade meramente nominal e cultural, e o cristianismo genuíno ensinado por Cristo e seus apóstolos, exemplificado pelos elementos positivos da trajetória cristã. Somente se os cristãos retornarem continuamente aos fundamentos de sua fé, eles poderão continuar a proporcionar ao mundo e à sociedade os mesmos benefícios oferecidos por seus antecessores.


Autor: Alderi Souza de Matos, doutor em história da igreja pela Universidade de Boston e historiador oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil. É autor de A Caminhada Cristã na História e “Os Pioneiros Presbiterianos do Brasil”.

slot gacor hari ini

slot gacor

kampungbet

kampungbet

Pragmatismo religioso

“Sabe, porém isto: Nos últimos dias sobrevirão tempos difíceis; pois os homens serão egoístas, avarentos jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, antes amigos dos prazeres que amigos de Deus, tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. Foge também destes. Pois entre estes se encontram os que penetram sorrateiramente nas casas e conseguem cativar mulherinhas sobrecarregadas de pecados, conduzidas de várias paixões, que aprendem sempre e jamais podem chegar ao conhecimento da verdade. E, do modo por que Janes e Jambres resistiram a Moisés, também estes resistem à verdade. São homens de todo corrompidos na mente, réprobos quanto à fé; eles, todavia, não irão avante: porque a sua insensatez será a todos evidente, como também aconteceu com a daqueles” (II Tim. 3:1-9).

A Inglaterra, que uma vez já foi conhecida pela sua vitalidade espiritual, agora está mergulhada numa letargia espiritual e a visão missionária dos Estados Unidos está substituindo aquilo que a Inglaterra deixou de lado. Além disso, muita coisa do que Deus está fazendo hoje está acontecendo fora desses dois países. Eu espero que a Igreja no Brasil esteja em constante oração para que, a partir do Brasil, uma outra reforma e um grande despertamento venha e tome conta do mundo.

Não sabemos o que Deus vai fazer no mundo, mas seria muito emocionante se pudéssemos fazer parte daquilo que Ele deseja fazer no Brasil. É maravilhoso ser um cristão e saber que Deus tem todas as coisas debaixo do Seu controle. Todos nós sabemos da necessidade de um grande avivamento, mas ao mesmo tempo existe uma grande polêmica nesses dias sobre a questão. Sem sombra de dúvidas, se convidássemos as pessoas para uma reunião de avivamento, muitas delas viriam com conceitos diferentes do que é avivamento. Assim sendo, faz-se necessário ter uma definição clara em nossa mente do significado desse termo. Qual a diferença entre avivamento e avivalismo, se assim podemos chamar?

Avivalismo e Pragmatismo

Avivalismo, especialmente na tradição deixada por Charles Finney, é, na realidade, um fenômeno americano e queremos tratar de parte desse fenômeno. Não somente porque é um produto feito na América, mas porque muitos dos movimentos que estão vindo dos Estados Unidos para outras partes do mundo têm essa visão característica de entender avivamento segundo o modelo de Charles Finney.

Esse modelo tem como base o que nós chamamos de pragmatismo. Se você for abrir um negócio você tem que ser pragmático e se você vai criar uma família, existe uma série de considerações práticas que você precisa sempre ter em mente; e, certamente, o mesmo se aplica quando nós estamos fundando uma Igreja e queremos desenvolvê-la.

Todos sabemos que há preocupações práticas que devemos considerar, mas o pragmatismo é uma filosofia que empurra para a periferia uma série de princípios fundamentais e elege, como único fator relevante, a questão: “Isso funciona?”

Quais os perigos do pragmatismo? Voltando para o texto de II Tim. 3:1-9, consideraremos primeiramente os aspectos relativos à nossa chamada para o ministério. Vejamos, então, o contexto do nosso ministério. Paulo se refere a esse contexto como sendo o dos “últimos dias”. Sabemos que os “últimos dias” começaram com o tempo dos apóstolos, e terminarão com a segunda vinda do nosso Senhor. Portanto, estamos vivendo nos “últimos dias”, como, também, Timóteo estava vivendo nos “últimos dias”. Qual é o contexto, então, do ministério nesse período entre as duas vindas de Cristo? Paulo diz, em primeiro lugar, que nos últimos dias os homens serão amantes de si mesmos.

Narcisimo e Auto-Estima

Christen Lash, um sociólogo americano bastante conhecido, escreveu um livro sobre a cultura americana cujo título é: “O culto do Narcisismo”. Essa é uma acusação difícil de se fazer, porque o que ela implica é que a cultura americana é uma cultura onde as pessoas se endeusam. E como vocês se lembram “Narciso” é o nome daquele jovem da lenda grega que costumava admirar o seu próprio reflexo no espelho das águas. Mas isso não somente é parte da nossa cultura, como também se tornou parte das nossas igrejas. Muitos dos movimentos que se entitulam “avivados”, em nossos dias, simplesmente estão reavivando o narcisismo, ou seja: a adoração do “eu”. Isso pode ser visto na declaração de um desses pastores que afirmou: “A Reforma errou porque foi centralizada em Deus e não no homem, como devia ser”. Esse pastor escreveu um livro cujo título é: “Crendo no Deus Que Crê em Você”. Uma certa ocasião, trouxemos esse cidadão para falar no nosso programa de rádio. Então eu li essa passagem, onde Paulo diz que as pessoas serão amantes de si mesmas, e perguntei-lhe: “Como você pode dizer às pessoas que a salvação começa com o amor próprio, quando Paulo diz que nos últimos dias as pessoas serão amantes de si mesmas? Não estaria ele dizendo que isso é uma coisa errada, e que nós não devíamos ser amantes de nós mesmos? E como Deus vai nos fazer felizes com esse falso evangelho narcisista?”

O que está acontecendo é que a piedade e a santidade deixaram de ser os referenciais pelos quais julgamos se um movimento é ou não é do Espírito. Assim, o critério que tem sido adotado é: “Funciona? Vai me fazer feliz? Vai me ajudar a criar minha família? Vai consertar o meu casamento?”. Todas essas questões são importantes, à luz das Escrituras, mas não são as mais importantes.

Em segundo lugar, Paulo diz que eles serão amantes do dinheiro. Porque as pessoas amam excessivamente a si mesmas, elas criam o evangelho da auto-estima; e porque as pessoas amam excessivamente o dinheiro, elas criam o evangelho da prosperidade.

Rebeldia, desprezo pelo passado e busca do prazer

Paulo diz ainda que haverá muito orgulho e revolta contra as autoridades. Haverá pessoas desobedientes aos pais. Uma geração não se preocupará com a geração anterior. O cantor Bob Marley escreveu uma música sobre a cultura americana dizendo: “Povo do futuro, onde está o teu passado? Povo do futuro, quanto tempo vocês vão durar?” O povo que não tem passado também não tem futuro. Não sei se Bob Marley era crente, mas com certeza esses versos refletem um ponto de vista bíblico ao tentar se segurar naquilo que pede o seu passado.

Eu quero lhes garantir que se levarem a doutrina bíblica a sério, muitos irmãos e irmãs vão lhes dizer que vocês não estão andando nos passos do Espírito; vão lhes dizer que o Espírito Santo hoje quer fazer uma coisa inteiramente nova, tal como nunca fez no passado. E o que vocês vão falar? Vão falar sobre os grandes avivamentos do passado, sobre a Reforma? Qual o valor disso para os amantes de si mesmos e materialistas? Eles responderão que Deus está fazendo algo completamente diferente nos dias de hoje. Mais uma vez eu quero lembrar que isso faz parte do narcisismo que diz o seguinte: – “eu é que sou importante e aqueles da minha geração é que são importantes e não os que vieram antes de nós”.

E ele diz também que as pessoas serão hedonistas, amantes do prazer, nos últimos dias; como ele diz no verso 4, serão mais “amigos dos prazeres que amigos de Deus”. Mais uma vez queremos enfatizar: Se você perguntar em uma Igreja: “Vocês concordam com o hedonismo?” Creio que ninguém vai responder sim a essa pergunta. Mas se você entrar numa livraria evangélica, se ouvir uma emissora de rádio evangélica, se prestar atenção a muitos sermões evangélicos, você ouvirá mensagens afirmando que o Cristianismo é a melhor maneira para você se auto-realizar. Quantos testemunhos temos visto que funcionam como comerciais de televisão? Nos Estados Unidos, temos aquelas propagandas de dieta que mostram uma pessoa antes e depois da dieta. Muitas vezes, os testemunhos dos crentes são assim: “Antes eu era triste, agora sou feliz; antes eu era deprimido, mas agora eu estou extremamente motivado para viver”. Esses são benefícios maravilhosos, mas, por vezes, a verdade é que nós, como cristãos, nos tornamos tristes. Algumas vezes, o caminho da cruz é o caminho do sofrimento, e nem sempre estamos tão entusiasmados a respeito disso. Apesar de tudo isso, a perspectiva que predomina nos nossos dias é que temos que viver para satisfazer a nós mesmos.

Moralidade sem piedade

No verso 5 do texto destacado, Paulo diz: “tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder”. Veja bem! O que Paulo está dizendo é que pode haver uma moralidade sem Deus. Existem pagãos que tem uma vida moral excelente, e há ímpios que acreditam ser errado você trair sua esposa. Há pessoas não cristãs que têm famílias muito boas. Mas será que este é o propósito do cristianismo? Consertar tudo aquilo que está moralmente errado no mundo, ou será que o foco está em Deus, nos Seus mandamentos justos, e no Evangelho pelo qual nós devemos viver?

É esse o contexto do nosso ministério. Então respondamos à pergunta: Qual o nosso chamado para o ministério? O exemplo de Paulo é alguma coisa que temos de imitar nesse sentido. Mas agora perguntamos: Como, historicamente, essa filosofia do pragmatismo dominou o pensamento moderno? A figura mais destacada no cenário evangélico, neste sentido, é a de Carlos Finney. Quantos de vocês já ouviram falar de Charles Finney? Quase todo mundo. Isso é significante porque Finney é uma pessoa muito importante para aqueles que são proponentes do movimento de crescimento da Igreja e do movimento de sinais e prodígios.

Evangelho ou Pragmatismo?

Charles Finney era presbiteriano, mas atacou a Confissão de Fé de Westminster que ele próprio subscrevera. Ele a chamou de: “um papa de papel”. Ele dizia, no século XIX em que viveu: “Nós já somos pessoas muito ilustradas e racionais para acreditar em todas essas coisas aí que a Confissão de Fé está dizendo”. Vejam algumas das coisas que Charles Finney escreveu:

Quando o homem se torna religioso – disse Finney – ele não recebe um poder que não tinha antes, ele simplesmente muda a sua vontade, e resolve seguir, agora, numa direção moral. Religião é obra do homem, não é um milagre e nem depende de um milagre em qualquer sentido; é simplesmente um resultado filosófico do uso correto de técnicas. O homem já possui, por natureza, toda a habilidade necessária para prestar perfeita obediência a Deus, portanto o objetivo do ministro é emocionar as pessoas até que se disponham a tomar essas decisões.

Foi dessa filosofia que nasceu o que ficou chamado naquela época de “novas medidas introduzidas por Finney”. Por exemplo: O sistema de apelo para que as pessoas se manifestem fisicamente e caminhem até à frente em resposta à pregação nasceu com Charles Finney, nesse período. Em sua Teologia Sistemática, Finney nega explicitamente a doutrina do pecado original. Ele diz ainda que a doutrina da substituição vicária de Cristo é uma ficção, e que a justificação pela graça, por meio da fé somente, é “outro evangelho”. Com certeza, é um evangelho diferente daquele que Finney estava pregando.

É isso que Paulo diz a Timóteo, quando fala de pessoas que têm forma de piedade mas negam, entretanto, o seu poder. Afinal de contas, onde reside o poder da piedade? É o poder de Deus para a salvação! E que poder é esse? É o evangelho de Jesus Cristo! Somente o Evangelho pode nos capacitar a viver a vida cristã. Portanto, é possível ter moralidade sem piedade; e esse é o resultado do pragmatismo.

Mais tarde, tornou-se conhecida a idéia de D.L. Moody. Ele disse no século XIX que não faz nenhuma diferença como você leva alguém a Deus; se você conseguir fazer isso, não importa o meio. O importante é levar, de qualquer maneira, a Deus.

Uma vez perguntaram a Moody: Qual é a sua teologia? Ele disse: “Minha teologia? nem sei se eu tenho uma!”. Vejam bem! Moody era um vendedor de sapatos, e um dia ele disse que ao se tornar evangelista não mudou de profissão, o que ele havia feito era trocado de produto.

Como abordamos o pragmatismo corporativo da nossa cultura? Alguns dizem que a contribuição distinta da América para a história da filosofia foi a criação do pragmatismo. Um dos grandes pais do pragmatismo e quem o transferiu da esfera religiosa para a esfera secular foi William James. Ele era filho de pastor; pastor, ele próprio, e também professor da Universidade de Harward. Ele disse: “Faça a seguinte pergunta: Como é que você define que determinada verdade é o que você deve crer?” E acrescentou: “A resposta é que você tem que determinar o seu valor em termos de experiência e resultado”. Então, com princípios pragmáticos, analisou a doutrina de Deus dizendo o seguinte: “Se a doutrina de Deus funciona, então é verdade. O pragmatismo tem que adiar questões dogmáticas porque no começo nós não sabemos qual reivindicação doutrinária vai produzir resultado”.

Acredito que quase ninguém iria marcar essas coisas num exame tipo teste dizendo que acredita nelas, mas, na prática, o que acontece é que esse é o credo do evangelicalismo mundial hoje. Um evangelista americano famoso disse: “Não tente entender, simplesmente comece a desfrutar, porque funciona; eu já tentei”. Ele estava falando a respeito da meditação transcendental da Nova Era. Na década de 50 do nosso século, esse pragmatismo se desenvolveu em termos de pensamento positivo. Foi então publicado um livro chamado “A Mágica do Crer”. Esse livro propõe que há uma certa qualidade mágica no simples ato de crer. Porém, a verdade é outra. No cristianismo, o que salva não é o ato da fé, mas sim o objeto da fé. Nós não somos salvos pela fé, não somos justificados pela fé; nós somos justificados pela justiça de Cristo que nos é imputada. Mas hoje em dia, desenvolveram essa equação de que fé é igual a pensamento positivo. Na realidade, essa última frase que mencionei foi uma citação de Peter Wagner.

Deus como objeto de consumo

Muito bem! Esses conceitos funcionam numa sociedade materialista, que está satisfeita e centralizada no ego; pode funcionar muito bem na América do final do século XX, pode ser até que funcione em São Paulo também, e pode funcionar em Londres. Mas imagine o seguinte quadro: Você vai a um cristão do século I e diz a ele que a razão principal pela qual ele está indo para a boca dos leões é porque o Cristianismo funcionou melhor do que as outras religiões!

Os testemunhos que temos no Novo Testamento são muito diferentes dos testemunhos que nós vemos hoje em dia. No Novo Testamento temos a palavra de testemunhas oculares, que é muito mais importante que o nosso próprio testemunho. O que é que Paulo disse em I Cor. 15? Ele disse: “E, se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação e é vã a vossa fé… Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens”. Ele não diz “pelo menos vocês têm uma vida feliz e saudável!”. E ele também não está dizendo “Bem! o que é que você pode perder?” Por que Paulo não fez isso? porque ele não era um pragmático. Paulo fundamentava todas as reivindicações da fé cristã no Evangelho verdadeiro.

Temos que nos perguntar: “Será que não estamos usando a Deus? Será que, finalmente, não embarcamos nesse consumismo da nossa sociedade? Será que não estamos tratando a Deus como tratamos um produto?” São perguntas muito importantes que devem ser feitas a nós mesmos. “Será que Deus está nos usando ou nós estamos usando a Deus?”

Reavivamento e Reforma não virão à Igreja até que a mentalidade dos crentes seja desviada desse egoísmo humano, da centralização no homem que Paulo descreve, para o verdadeiro Evangelho e para Deus.

Nos Estados Unidos, temos um adesivo que diz: “Jesus é a resposta”. Os incrédulos fizeram um outro adesivo para retrucar a esse: “Qual é a pergunta?” Considere, agora, o que diz o pragmatismo: “Eu não sei qual é o seu problema, mas qualquer que seja, Deus pode resolver. O seu carro está enguiçado? A sua vida familiar não está progredindo como devia? Deus pode consertar em um piscar de olhos!”. Assim, passamos a consumir a Deus. Nós usamos a Deus, ao invés de amá-Lo, servi-Lo e honrá-Lo.

Muito bem! Então qual é o propósito do nosso ministério? Vejamos o que diz Paulo:

“Tu, porém, tens seguido de perto o meu ensino, procedimento, propósito, fé longanimidade, amor, perseverança, as minhas perseguições e os meus sofrimentos, quais me aconteceram em Antioquia, Icônio e Listra, – que variadas perseguições tenho suportado! De todas, entretanto, me livrou o Senhor. Ora todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos. Mas os homens perversos e impostores irão de mal a pior, enganando e sendo enganados. Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste inteirado, sabendo de quem o aprendeste. E que desde a infância sabes as sagradas letras que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus. Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção para a educação na justiça. a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra. Conjuro-te, perante Deus e Cristo Jesus que há de julgar vivos e mortos, pela sua manifestação e pelo seu reino: prega a palavra, insta, quer seja oportuno, que não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina. Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres, segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas. Tu, porém, sê sóbrio em todas as cousas, suporta as aflições, faze o trabalho de evangelista, cumpre cabalmente o teu ministério” (II Tim. 3:10-4:5).

O modelo apostólico

Em primeiro lugar, o propósito do nosso ministério é seguir o modelo apostólico. Paulo menciona aqui o seu ensino, a sua maneira de viver, o seu propósito, a sua fé, a sua paciência, o seu amor, e a sua perseverança diante das tribulações. Perseguições? Sim! É o que ele diz no verso 12. Todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos. Será que é isso o que estamos ouvindo hoje? Ou será que estamos ouvindo outra mensagem? Algumas vezes você vai pensar que não está dando certo, que as coisas não estão funcionando como deveriam, como lemos em Romanos, capítulo 7. Nós sofreremos como cristãos, e ainda vamos sofrer com os nossos pecados.

A proclamação da Lei e do Evangelho

Além de seguir o seu exemplo, Paulo quer que Timóteo também se firme naquelas verdades que aprendeu quando era jovem. Veja que Paulo, ao invés de nos levar à questão do pragmatismo: “Será que funciona?”, ele nos conduz para as Escrituras. Ele diz: “’prega a Palavra’, com muita paciência instruindo as pessoas. Porque haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina. Ao contrário, cercar-se-ão de mestres, segundo as suas próprias cobiças, como quem sente coceira nos ouvidos” (4:3).

Vejam! sempre temos coceira nos ouvidos. Pragmatismo não é uma coisa nova. Na realidade já foi praticado desde o jardim do Éden. Quando Eva viu que a árvore era agradável para se ver, para descobrir o conhecimento e desejável para trazer entendimento; então ela tomou do fruto e comeu. O que significa para nós “pregar a Palavra”? O que Paulo quer dizer no verso 5 “Tu, porém, sê sóbrio em todas as coisas, suporta as aflições, faze o trabalho de evangelista”?. O que ele quer dizer com isso, “pregar a Palavra”? Vez após vez, Paulo e os demais escritores bíblicos nos dizem que isso é a proclamação da lei. Na verdade, é pela proclamação da lei santa de Deus que nós somos tocados e feridos. A lei de Deus vem até nós e ela não vem dizendo assim: “Eu vou transformar a tua vida numa vida feliz!”, ela não vem dizendo: “Vou te dar prosperidade!”. Na realidade, a lei vem para nos dizer exatamente aquilo que Deus tem dito que requer de nós. A lei nos confronta com a glória de Deus e a nossa pecaminosidade torna isso aterrorizante!

Finalmente, o Evangelho vem e causa também impressão em nós. Há uma Igreja no Estado do Arizona, cujo pastor, numa entrevista que foi publicada na revista Newsweek, disse: “As pessoas hoje em dia não estão preocupadas com doutrinas como justificação, salvação ou expiação. Nos dias de hoje, ninguém entende esses termos. O que nós precisamos fazer é atender as necessidades das pessoas!”

Imaginem um professor! Vocês não acham que seria muito estranho se o professor chegasse dizendo assim: “Não posso ensinar o alfabeto para esta criança porque ela ainda não sabe português”. Esse é o tipo de argumento que esse pastor estava apresentando. Tanto que o que hoje se passa com o nome de pregação, na realidade, não é pregação da Palavra. Porque não apresenta nem a Lei nem o Evangelho. Esses pastores começam decidindo o que é que as pessoas de sua igreja desejam ouvir. Quais são os pontos que estão em moda hoje? Quais são as necessidades das pessoas dos dias de hoje? E aí, então, eles vão às Escrituras e procuram e acham passagens que podem ser usadas para apoiar essa necessidade, ao invés de, indo ao texto, perguntarem primeiro como a santidade de Deus nos convence do nosso pecado e como o Evangelho de Cristo pode ser tão claro que até pecadores como nós podem se arrepender e crer.

Mas vocês, irmãos e irmãs, ouçam o que Paulo diz, sejam sóbrios em todas essas coisas, preguem a palavra, suportem as aflições, façam o trabalho de evangelista, e cumpram cabalmente o ministério.


Michael Horton

slot gacor hari ini

slot gacor

kampungbet

kampungbet

Princípios de Deus para o casamento

Meu espanto ainda é grande quando vejo que poucos “crentes” conhecem o princípio de Deus para o casamento, quase sempre deparo-me com pensamento de casais desejando a separação ou jovens me perguntando por que não podem praticar sexo antes do casamento de eles se “amam”.

Como seria salutar a todos se ao invés de perder tanto tempo nas rede sociais, investíssemos nosso tempo no conhecer ao Senhor.

Paulo responde algumas perguntas que ainda hoje são feitas pela igreja. O capitulo 7 de I Coríntios é a mais longa discussão sobre sexualidade e assuntos correlatados em todas as cartas de Paulo. As instruções ali mencionadas, não se encontram em nenhuma outra parte de seus escritos.

Neste capitulo, Paulo começa a responder as perguntas da igreja local, não é um tratado teológico sobre celibato e casamento, mas respostas diretas à algumas perguntas específicas.

Quanto aos assuntos sobre os quais vocês escreveram, é bom que o homem não toque em mulher, – 1 Coríntios 7:1

É preciso ressaltar que Paulo não esgota seu ensino sobre casamento aqui.

Antes de iniciarmos assunto, é necessário entendermos algumas expressões paulinas neste capitulo.

Digo isso como concessão, e não como mandamento. – 1 Coríntios 7:6

Aos casados dou este mandamento, não eu, mas o Senhor: que a esposa não se separe do seu marido. – 1 Coríntios 7:10

Aos outros eu mesmo digo isto, e não o Senhor: se um irmão tem mulher descrente, e ela se dispõe a viver com ele, não se divorcie dela.
1 Coríntios 7:12

Quanto às pessoas virgens, não tenho mandamento do Senhor, mas dou meu parecer como alguém que, pela misericórdia de Deus, é digno de confiança. – 1 Coríntios 7:25

Em meu parecer, ela será mais feliz se permanecer como está; e penso que também tenho o Espírito de Deus. – 1 Coríntios 7:40

Paulo faz uma distinção entre o que Cristo ensinou e o que ele está ensinando. O que Cristo ensinou ele não vai tratar novamente, pois o assunto já está decidido. Porém, aquilo que Jesus não ensinou, Paulo vai tratar dando orientação apostólica e inspirada para a igreja. Portanto não existe qualquer divergência entre Cristo e Paulo.

Paulo precisa lidar com algumas perguntas que Jesus não havia tratado. Quando uma questão levantada pela igreja de Corinto já havia sido tratada por Cristo, Paulo se referia as suas Palavras, mas quando a pergunta dos coríntios não houvesse sido tratada por Cristo, Paulo respondia à igreja com autoridade apostólica.

Os assunto que Jesus tratou sobre casamento e divórcio estão registrado em:

“Foi dito: ‘Aquele que se divorciar de sua mulher deverá dar-lhe certidão de divórcio’.
Mas eu lhes digo que todo aquele que se divorciar de sua mulher, exceto por imoralidade sexual, faz que ela se torne adúltera, e quem se casar com a mulher divorciada estará cometendo adultério”. – Mateus 5:31,32

Tendo acabado de dizer essas coisas, Jesus saiu da Galiléia e foi para a região da Judéia, no outro lado do Jordão.
Grandes multidões o seguiam, e ele as curou ali. Alguns fariseus aproximaram-se dele para pô-lo à prova. E perguntaram-lhe: “É permitido ao homem divorciar-se de sua mulher por qualquer motivo? ” Ele respondeu: “Vocês não leram que, no princípio, o Criador ‘os fez homem e mulher’ e disse: ‘Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois se tornarão uma só carne’? Assim, eles já não são dois, mas sim uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, ninguém o separe”. Perguntaram eles: “Então, por que Moisés mandou dar uma certidão de divórcio à mulher e mandá-la embora? ” Jesus respondeu: “Moisés lhes permitiu divorciar-se de suas mulheres por causa da dureza de coração de vocês. Mas não foi assim desde o princípio. Eu lhes digo que todo aquele que se divorciar de sua mulher, exceto por imoralidade sexual, e se casar com outra mulher, estará cometendo adultério”.
Os discípulos lhe disseram: “Se esta é a situação entre o homem e sua mulher, é melhor não casar”. Jesus respondeu: “Nem todos têm condições de aceitar esta palavra; somente aqueles a quem isso é dado. Alguns são eunucos porque nasceram assim; outros foram feitos assim pelos homens; outros ainda se fizeram eunucos por causa do Reino dos céus. Quem puder aceitar isso, aceite”. – Mateus 19:1-12

Então Jesus saiu dali e foi para a região da Judéia e para o outro lado do Jordão. Novamente uma multidão veio a ele e, segundo o seu costume, ele a ensinava. Alguns fariseus aproximaram-se dele para pô-lo à prova, perguntando: “É permitido ao homem divorciar-se de sua mulher? ” “O que Moisés lhes ordenou? “, perguntou ele. Eles disseram: “Moisés permitiu que o homem desse uma certidão de divórcio e a mandasse embora”. Respondeu Jesus: “Moisés escreveu essa lei por causa da dureza de coração de vocês. Mas no princípio da criação Deus ‘os fez homem e mulher’.
‘Por esta razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois se tornarão uma só carne’. Assim, eles já não são dois, mas sim uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, ninguém o separe”. Quando estava em casa novamente, os discípulos interrogaram Jesus sobre o mesmo assunto. Ele respondeu: “Todo aquele que se divorciar de sua mulher e se casar com outra mulher, estará cometendo adultério contra ela. E se ela se divorciar de seu marido e se casar com outro homem, estará cometendo adultério”. – Marcos 10:1-12

“Quem se divorciar de sua mulher e se casar com outra mulher estará cometendo adultério, e o homem que se casar com uma mulher divorciada do seu marido estará cometendo adultério”. – Lucas 16:18

Quando Paulo diz que agora não é o Senhor, mas ele, é porque aquele assunto Jesus não havia tratado e agora ele irá tratar.

Ao responder as perguntas, Paulo tem em mente três grupos distintos:

  1. Cristãos casados com cristãos – 7:1-11
  2. Cristãos casados com não cristãos – 7:12-24
  3. Cristão não casados – 7:25-40

Cristão casados com cristãos – 7:1-11

Na igreja de Corinto havia dois  extremos. Um grupo pensava que sexo era pecado, mesmo no casamento, como ainda hoje alguns pensam. Esse grupo defendia que o celibato é um estado moralmente superior ao casamento.

O outro grupo, talvez formado pela maioria dos judeus, julgava que o casamento não era opcional, mas sim compulsório, obrigatório.

Para Paulo, tanto o casamento quanto a celibato são  dons de Deus, Paulo combateu os dois extremos.

Dois assunto são abordados por Paulo aqui, a pureza do casamento 7:1-9 e sua duração 7:10-11.

A pureza do casamento – 7:1-9

Paulo proíbe a multiplicidade de parceiros no casamento, ou seja, tanto a poligamia quanto a poliandria. Paulo ressalta o aspecto singular do casamento, “cada um deve ter a sua esposa, e cada uma o seu marido”.

Paulo proíbe a união homossexual (7:2). Quando Paulo diz que cada um tenha a sua esposa e cada uma tenha seu marido, fica claro a ideia de uma relação heterossexual. As relações homossexuais eram  algo comum no tempo de Paulo. mas ele define essa prática como uma paixão infame, um erro, uma distorção mental reprovável, uma abominação à Deus. A relação homossexual já é aprovada civilmente em muitos lugares, mas jamais será chancelada pelas leis divinas. O “politicamente correto” não é correto diante de Deus. Uma decisão não é ética apenas por ser legal.

Paulo proíbe o celibato compulsório (7:1). Paulo escreve: “… bom que o homem não toque em mulher…“. Essa expressão tem o sinônimo de casar-se.  O celibato é permitido, mas não ordenado. Nem todos tem o do do celibato (7:7-9). É por isso que a igreja romana enfrenta tantos problemas com a sexualidade de seus sacerdotes. O celibato não tem base bíblica. O celibato não pode ser imposto. Esse é o ensino de Cristo (Mt 19:10-12). O principio estabelecido por Deus desde o principio é que o homem não esteja só (Gn 2:18).

Paulo destaca a completa mutualidade dos direitos conjugais (7:3-4). Paulo vivia em uma sociedade machista, mas ele quebra esse paradigma da cultura prevalecente e afirma a igualdade dos direitos conjugais. Paulo diz: ” O marido conceda à esposa o que lhe devido, e também, semelhantemente, a esposa, ao marido” (7:3).  Paulo está falando do relacionamento sexual, o dever habitual para ambos. Diante de Deus, o sexo fora do casamento é pecado, mas no casamento, a ausência de sexo também é pecado. Marido e esposa tem direitos assegurados por Deus de desfrutarem a plenitude da satisfação sexual no contexto sacro do casamento.

Paulo prossegue afirmando: ” A mulher não tem poder sobre seu próprio corpo, e sim o marido; também, semelhantemente, o marido não tem poder seu seu próprio corpo, e sim a mulher” (7:4). O conceito divino, é que o sexo é um direito legítimo do cônjuge.

Paulo vai mais profundo nessa questão quando escreve: “Não vos priveis um ao outro” (7:5a). A pratica do sexo no casamento é uma ordem apostólica. A ausência de sexo no casamento é pecado. Hernandes Dias Lopes [1] citando Charles Hodge diz que nada poderia ser mais estranho à mente do apóstolo Paulo do que ver os cristãos enchendo os mosteiros e conventos da igreja medieval.

Paulo afirma que o casal só pode se abster de sexo quando ambos estão em sintonia a respeito da decisão de que por um curto espaço de tempo, irão dedicar-se expressamente a oração. Muitos casais cometem erros gravíssimos, dando desculpas infundadas para “fugir” da relação sexual, alegando cansaço, dor de cabeça, etc. A bíblia ensina que negligencia sexual para com seu cônjuge é pecado. Sempre que ensino este mandamento alguns casais perguntam-me: “Mas se realmente um dos cônjuges estiver realmente cansado?“. Se o cansaço for uma frequência que traga a interrupção da relação, há uma inversão de valores que deve ser corrigida imediatamente para que nada venha afastar o casal, nem oração, nem trabalho, nem filhos, nem os pais, etc. Há ainda casos de pessoas que se escondem atrás de uma falsa espiritualidade para sonegar ao cônjuge a satisfação sexual. Isso está em desacordo com o padrão bíblico. Mesmo quando a abstinência for por causa de oração, Paulo não recomenda que este período seja longo. Ele diz: “[…] e, novamente vos ajunteis” (7:5).

Paulo conclui dizendo: “[…] para que satanás não vos tente por causa da incontinência” (7:5). Sempre que um casal descumpri esse mandamento, o diabo entra na vida do casal e arrebenta com o casamento, é quando muitos se perguntam, “onde foi que eu errei?“.

A duração do casamento – 7:10-11

Não sei responder quantas vezes por ano sou interpelado sobre a duração do casamento, casais me questionam se realmente não podem separar-se, os “motivos” para separação são inúmeros, na grande maioria sem fundamento, sem razão de ser, desejam separar-se apenas porque na verdade são incapazes ou simplesmente não desejam cumprir o que a palavra de Deus determina para o casamento.

Paulo diz: “Ora, aos casados, ordeno, não eu, mas o Senhor, que a mulher não se separe do seu marido” (7:10). O Senhor já havia tratado do assunto do divórcio (Mt 19:3-12), não é necessário Paulo tratar novamente. O casamento deve durar enquanto durar a vida (7:39-40).

As mesmas perguntas que muitos fazem hoje, a igreja de Corinto também fez.

  • O que fazer se eu estiver arrependido de ter casado?

Há muitos casais nesta situação dentro das nossas igrejas. Há pessoas que depois de terem casado reconhecem que fizeram uma grande besteira. O que fazer agora? Paulo responde com um desafio aos casais que veem poucas ou nenhuma esperança em seu casamento: “Ora, aos casados, ordeno, não eu, mas o Senhor, que a mulher não se separe do seu marido” (7:10-11). Casou, permaneça casado. Busque no Senhor e na sua palavra formas de transformar o casamento conforme deve ser, segundo as escrituras.

  • O que fazer quando a situação se torna insustentável?

Há casamentos que adoecem a tal ponto que a decisão de permanecerem juntos pode ser arriscada, já vi casos que é melhor, até para garantir saúde emocional, a separação. Para esses casos Paulo oferece duas soluções. A primeira solução: separe, mas fique sozinho. (7:11a). A segunda solução: faça a reconciliação (7:11b). Contudo, de maneira algumas o apóstolo apoia o divorcio.

Paulo reafirma assim o ensino de Jesus de que o divórcio só é permitido para o cônjuge que foi vítima de infidelidade conjugal (Mt19:9).  O ensino bíblico é que “[…] o que Deus ajuntou não o separe o homem” (Mt 19:6). Deus colocou muros ao redor do casamento não para fazer dele uma prisão, mas um lugar seguro.

Cristãos casados com não-cristãos – 7:12-24

Antes de mais nada, Paulo não está tratando aqui de casamento misto (cristão casou com não-cristão). O ensino bíblico sobre isso é bastante claro. O casamento deve ser no Senhor (7:39). Para Paulo, namoro misto constitui um ato de desobediência aos preceitos divinos.

Não se ponham em jugo desigual com descrentes. Pois o que têm em comum a justiça e a maldade? Ou que comunhão pode ter a luz com as trevas? Que harmonia entre Cristo e Belial? Que há de comum entre o crente e o descrente? – 2 Coríntios 6:14,15

Algumas pessoas na igreja de Corinto se converteram ao evangelho depois de casadas. Essa é a problemática que Paulo trata aqui. A igreja levanta a seguinte pergunta: “Devemos permanecer casados com nossos cônjuges incrédulos?“. Paulo responde com um SIM. “Aos mais digo eu, não o Senhor…” (7:12-13). Aqui o Senhor não havia tratado dessa matéria. Agora é Paulo que vai tratar do assunto, e ele diz: “[…] se algum irmão tem mulher incrédula, e essa consente em morar com ele, não a abandone; e a mulher que tem marido incrédulo, e este consente em viver com ela, não deixe o marido” (7:12-13).

É um ato de desobediência um cristão casar-se com um incrédulo, Mas se a pessoa se torna cristão depois de ter se casado, ela não não pode usar esse acontecimento como justificativa para a separação. Ao contrário! Ela precisa exercer a influência que tem como cristã para transformar seu lar e levar seu cônjuge à conversão (7:17-24). Paulo diz que a conversão não altera nossas obrigações sociais.

A dissolução do casamento – 7:15

Há casos em que o cônjuge incrédulo se recusa a conviver com o cônjuge crente. Caso o cônjuge incrédulo tome a iniciativa de separar-se do cônjuge crente, este fica livre do jugo conjugal (7:15). John Stott diz:

Se o cônjuge incrédulo desejar permanecer casado, então o cônjuge crente não deve recorrer ao divórcio. Mas se o cônjuge incrédulo não desejar permanecer casado, então o cônjuge crente está livre para divorciar-se e até casar novamente. – John Stott [2]

Em resumo, dos assuntos não tratados por Jesus, Paulo esclarece que só por abandono é permitido o divórcio aos cristãos. A regra geral, é que só há duas condições aceitas para o divórcio do cristão: infidelidade (Mt 19:9) ou abandono (7:15). A confissão de fé de Westminster retifica a infidelidade e o abandono como os únicos motivos para o divórcio e um novo casamento.


Notas:

[1] Henandes Dias Lopes, 1 Coríntios – Comentários expositivos, Hagnos

[2] John Stott, Grades questões sobre sexo.

1 Corintios, Simon Kistemaker, cultura cristã

Soli Deo gloria

slot gacor hari ini

slot gacor

kampungbet

kampungbet