O Deus que destrói sonhos – Rodrigo Bibo
Você já percebeu que a oração do Pai Nosso é a mais perigosa que existe?
Isso mesmo! Quando dizemos: “seja feita a tua vontade”, estamos, na prática, pedindo que Deus destrua os nossos sonhos. Pode soar duro, mas é libertador.
É essa a grande provocação do livro O Deus que destrói sonhos, escrito por Rodrigo Bibo, conhecido comunicador cristão, criador do Bibotalk e alguém que tem ajudado milhares de pessoas a pensar a fé de forma bíblica e realista.
Neste livro, Bibo pega na nossa mão e, com seu estilo divertido, cheio de referências da cultura pop (sim, tem até Xuxa, Homem-Aranha e Star Wars no meio!), mas com muita profundidade bíblica, nos conduz a uma reflexão séria:
Será que buscamos a Deus porque Ele é Deus, ou apenas porque queremos que Ele realize nossos desejos?
Um passeio pelos capítulos
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Cap. 1 – A fábrica de sonhos (ou a Teologia da Xuxa): Bibo mostra como nosso coração é uma fábrica incansável de planos e desejos. O problema é que, corrompidos pelo pecado, nossos sonhos tendem a girar em torno de nós mesmos. É a chamada teologia good vibes, que transforma Deus em um “gênio da lâmpada gospel”.
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Cap. 2 – Crucificando os sonhos: Seguir Jesus não é sobre ter autoestima elevada ou ouvir frases motivacionais. É sobre tomar a cruz e negar-se a si mesmo. O autor lembra que, na lógica do Reino, antes de ressuscitar, precisamos morrer — morrer para o ego, para a ambição e para a glória humana.
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Cap. 3 – Os sonhos de um discípulo: Aqui aprendemos que ser discípulo não é ser fã de Jesus, mas imitador d’Ele. O discípulo sonha diferente, porque sonha com o Reino. É alguém que ama como Cristo amou, servindo ao próximo de maneira sacrificial.
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Cap. 4 – Abrindo mão para viver a vontade de Deus: Bibo confronta uma das maiores ilusões do nosso tempo: achar que Jesus é apenas um “acréscimo espiritual” para a vida que já temos. Não! Seguir a Cristo exige abrir mão de ídolos e reposicionar toda a nossa existência debaixo do Seu senhorio.
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Cap. 5 – Senhor, qual a tua vontade para minha vida? Esse é um dos pontos altos do livro. Em vez de reforçar a mentira de que “podemos ser o que quisermos”, o autor lembra que, segundo Romanos 6, somos escravos: ou do pecado ou de Deus. Não existe neutralidade. A grande questão não é “qual é o meu sonho?”, mas “qual é o meu chamado em Cristo?”.
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Cap. 6 – A oração de um discípulo: Se começamos falando do Pai Nosso, terminamos também com ele. Orar é alinhar a nossa vontade à do Pai. E isso significa, muitas vezes, ver nossos projetos frustrados para que os planos eternos de Deus prevaleçam.
Por que ler este livro?
O maior mérito desta obra é ser um antídoto contra o cristianismo superficial.
Em um cenário evangélico cada vez mais marcado por triunfalismo, coaching gospel e promessas fáceis, O Deus que destrói sonhos nos lembra que o evangelho não é sobre nós, mas sobre Cristo.
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É um chamado à maturidade.
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É um convite à desilusão santa.
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É uma convocação para abandonar a fé utilitarista e abraçar o discipulado de verdade.
Sonhar não é errado. O problema é quando nossos sonhos se tornam ídolos, e Deus precisa destruí-los para que possamos viver os d’Ele.
E, acredite, quando Ele destrói, não é para nos frustrar, mas para nos salvar de nós mesmos. Afinal, a vontade de Deus é “boa, perfeita e agradável” (Rm 12:2).
Para quem é este livro?
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Para quem está cansado de mensagens de autoajuda travestidas de evangelho.
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Para quem deseja amadurecer na fé e compreender o verdadeiro significado de ser discípulo de Jesus.
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Para quem já viu seus sonhos ruírem e precisa redescobrir que há vida abundante mesmo assim.
“Deus não está comprometido com os nossos sonhos, mas com a Sua vontade. E isso, meu irmão, é infinitamente melhor do que qualquer plano que possamos fazer.”
Leia este livro com o coração aberto. Ele pode virar seus planos de cabeça para baixo, mas vai colocar você de joelhos diante de Cristo — e não existe lugar melhor para estar.
O Deus que destrói sonhos — BIBO, Rodrigo — Mundo Cristão, 2021